Testa, Federico (2014) Interpretação e maquinação: Nietzsche, Deleuze e a política. In: Nietzsche 170. Editora Bestiário, Porto Alegre, pp. 137-166.
Full text not available from this repository. (Request a copy)Abstract
ntes do ser, há a política", afirmam Deleuze e Guattari, em Mil Platôs (1996, p. 78). A política atravessa o pensamento, a escrita e as práticas desses autoproclamados pensadores políticos. É daí que partimos, da possibilidade de uma recepção política do pensamento deleuzeano, ou ainda, da possibilidade de uma leitura na qual a política tenha o primado. Mesmo a ontologia, mesmo as escolhas propriamente filosóficas, ou as leituras de Deleuze dos filósofos e da história da filosofia talvez possam ou devam ser lidas em termos políticos, práticos, de uma produção que atenta para o nível do que propõe ao exterior de seu texto, a que fluxos e forças do exterior se conecta. Perguntamos: uma política da filosofia, filosofia política, filosofia como política? O que faz passar uma filosofia, um conceito, uma interpretação, uma leitura? Parece que encontramos a prática, a vida como matéria filosófica e política, assaltando o pensamento de Deleuze e Guattari. O presente texto visa esboçar os contornos daquilo que se poderia chamar de uma política nietzschiana segundo Deleuze, a partir de duas noções que o filósofo francês introduz em relação à obra de Nietzsche: o de interpretação e o de maquinação. Desse modo, não se trata propriamente aqui de uma investigação sobre o pensamento político de Nietzsche, mas sim as leituras políticas realizadas por Deleuze e Guattari através dos textos de nietzschianos. "Meu próximo livroe será o últimovai chamar-se Grandeza de Marx", afirma Deleuze em uma entrevista Didier Eribon 2 . Nicholas Thoburn escreve sobre esse 1 O presente texto dá continuidade a um trabalho iniciado em 2011 a partir da comunicação "Notas sobre Nietzsche, Deleuze e a política" que realizei no "Colóquio Deleuze & Guattari -Filosofia Prática", e foi apresentado, em uma versão preliminar mais concisa, na VIII Semana Acadêmica do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCRS. A presente versão apresenta revisão e uma considerável ampliação. 2 "Nunca aderi ao Partido Comunista (...). E nunca fui marxista antes dos anos 60 (...), devo dizer que não era marxista porque, no fundo, não conhecia Marx nessa época. Li Marx ao mesmo tempo que Nietzsche. Achei genial. E para mim são conceitos sempre válidos. Há neles uma crítica (...) radical. O anti-Édipo e Mil platôs estão completamente atravessados por Marx, pelo marxismo. Hoje posso dizer que me sinto completamente marxista. O artigo que publiquei sobre a sociedade de controle (...) é completamente marxista e, no entanto escrevo sobre coisas que Marx não conhecia. Não entendo o que as pessoas querem dizer quando afirmam que Marx se enganou. E ainda menos quando dizem que Marx morreu. Hoje, temos tarefas urgentes: analisar o que é o mercado mundial, quais são suas transformações. E para isso é necessário passar por Marx (...). Meu próximo livroe será o últimovai chamar-se Grandeza de Marx" (Deleuze. "Meu próximo livro vai chamar-se 'Grandeza de Marx'". In: Pélbart e Rolnik (org.). Cadernos
Item Type: | Book Section |
---|---|
Faculty \ School: | Faculty of Medicine and Health Sciences > Norwich Medical School |
Related URLs: | |
Depositing User: | LivePure Connector |
Date Deposited: | 16 Sep 2025 13:30 |
Last Modified: | 16 Sep 2025 13:30 |
URI: | https://ueaeprints.uea.ac.uk/id/eprint/100409 |
DOI: |
Actions (login required)
![]() |
View Item |